59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Canalização uterovaginal em paciente com agenesia do colo uterino: relato de caso

CONTEXTO

Agenesia Cervical é uma anomalia Mulleriana congênita, extremamente rara. Sua prevalência é baixa, representando aproximadamente 0,1% da população feminina em geral. Geralmente está associada com outras malformações no útero, na vagina ou no trato urinário e cursa com sintomas cíclicos mensais, dores em baixo ventre e amenorreia primária. A abordagem terapêutica inclui anastomose uterovaginal, canalização ou reconstrução cervical em caso de fragmentação residual do colo e, em caso de falha, a histerectomia total.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente de 16 anos de idade, etnia branca, desenvolvimento infanto puberal normal, com amenorreia primária, dor abdominal em baixo ventre e crescimento tumoral na mesma região. Ao exame físico, o abdomen apresentava um abaulamento em hipogastro com útero palpável a 18 cm da sínfise pubiana, vulva normal, a vagina era normalmente constituída com seus fundos de sacos ocupados, porém o colo uterino não foi visualizado. A ultrassonografia transvaginal mostrou a ausência do colo e aumentado de volume uterino, presença de conteúdo líquido com debris, o que é sugestivo de hematometra. Os ovários apresentavam forma e dimensões normais. A paciente foi submetida a laparotomia, com a drenagem de aproximadamente 500 ml de sangue achocolatado através de histerotomia arciforme. Em seguida foi realizada uma tunelização entre o istmo e o fundo de saco vaginal, colocando-se uma sonda de Folley nº 16 que foi mantida por 12 dias. A paciente teve um pós-operatório sem intercorrência. Fez uso de anticoncepcional progestinico de uso contínuo durante três meses, após os quais começou a menstruar regularmente. A paciente engravidou espontaneamente seis meses após a cirurgia. Sua gravidez evoluiu normalmente até a 27ª semana, quando apresentou ameaça de parto prematuro e foi medicada com uterolíticos e corticoesteroides. Às 37 semanas, devido amniorrexe prematura, a paciente foi submetida a um parto cesariana, que resultou em um recém nascido de 2.700 gramas com Apgar 09.

COMENTÁRIOS

A baixa ocorrência da agenesia do colo uterino culmina em poucos relatos na literatura médica que possam sugerir um procedimento padrão no tratamento destes casos. A cirurgia conservadora, em contraponto à histerectomia total preconizada no passado, deve ser sempre oferecida, com uma boa abordagem dos riscos, oferecendo melhores prognósticos na fertilidade destas pacientes.

PALAVRA CHAVE

Agenesia cervical, disgenesia cervical, aplasia cervical, malformação uterina

Área

GINECOLOGIA - Cirurgia Ginecológica

Autores

Edson de Souza Santos, Mariana Batista Silva, Ana Carolina Rodrigues Pereira, Victória de Souza Moreira, Hílari Alves Lopes, Leandra da Silva Figueredo, Raquel Moreira Borges, Ramon Reis Silva

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