59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

EDEMA VULVAR MACIÇO EM PACIENTE COM PRÉ-ECLÂMPSIA: RELATO DE CASO

CONTEXTO

As síndromes hipertensivas intercorrentes na gestação acarretam impacto significativo nos indicadores de saúde materno-infantil. Em destaque a pré-eclâmpsia constitui a primeira causa de morte materna no Brasil. Definida como a hipertensão após a vigésima semana de gravidez, concomitante à proteinúria significativa ou disfunções orgânicas resultante de disfunção uteroplacentária, a pré-eclâmpsia é uma síndrome multissistêmica. O espectro de complicações da doença é amplo, tal qual insuficiência hepática, renal e convulsões. Entre as apresentações raras destaca-se o edema vulvar maciço, quadro incomum na gestação, gerando desafio na identificação e conduta por representar possível gravidade e causar desconforto e dor à paciente.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Em serviço do Hospital Santa Casa de Caridade de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, admitiu-se paciente G.S.S., 15 anos, negra, terceira gestação, dois abortos prévios e Idade Gestacional de 34 semanas e 2 dias. Apresentou-se com dor e edema vulvar unilateral doloroso à palpação com pressão arterial de 150 x 120 mmHg. Exames laboratoriais confirmaram proteinúria de 24 horas de 3418,50 mg e hipoalbuminemia. Foram empregadas compressas frias na região do edema e picos pressóricos em internação justificaram a introdução de Hidralazina 5 mL por via parenteral e Metildopa 500 mg via enteral. Ecografia obstétrica pós estabilização materna apontou Restrição de Crescimento Intrauterino, oligohidrâmnio e alterações ao estudo Dopplervelocimétrico indicaram parto por via mais rápida, no caso cesárea. O recém-nascido apresentou boa vitalidade ao nascer com Escala de Apgar 08/09. O edema vulvar em grandes lábios seguiu com cuidados de analgesia, compressas frias e deambulação. A paciente obteve alta em 3 dias com PA 120 x 70 mmHg e melhora do estado geral e edema.

COMENTÁRIOS

A pré-eclâmpsia pode representar grande morbidade e mortalidade ao binômio mãe-feto. Apesar de o edema não ser considerado critério diagnóstico da patologia, quando associado ao aumento de mais de 1 quilo por semana, é indicador de risco. Ademais, o edema vulvar é um achado raramente descrito na literatura, todavia, seu reconhecimento precoce como sinal de alarme em doença hipertensiva da gestação é fundamental para correto manejo de síndrome com o objetivo de diminuição de desfechos desfavoráveis e mau prognóstico, com consequente melhora dos indicadores de saúde no país.

PALAVRA CHAVE

Obstetrícia; Mortalidade Materna; Hipertensão Gestacional.

Área

OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral

Autores

Ana Carolina Drehmer Santos, Gabriella Marques Monteiro, Rita de Cássia Fossati Silveira Evaldt, Brendha Zancanela Santos, Carolina Menezes Nunes, Ana Elisa Hartmann, Natália Tonn

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