59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Fatores relacionados à obtenção de margens negativas no tratamento da LIEAG: análise de 610 casos

OBJETIVO

Analisar os fatores relacionados com a obtenção de margens negativas em pacientes submetidas à excisão da zona de transformação (EZT) em mulheres com lesão intraepitelial de alto grau (LIEAG).

MÉTODOS

Estudo de coorte retrospectiva de avaliação de dados de pacientes portadoras de LIEAG tratadas com EZT no serviço de referência de PTGI do CAISM/Unicamp. A amostra foi realizada por conveniência a partir da análise de todos os 747 casos que realizaram EZT de janeiro de 2017 a julho de 2020. Foram excluídos casos por suspeita de micro-invasão ou invasão, doença glandular, história de procedimento excisional anterior e gestantes. As margens foram categorizadas como negativa ou positiva segundo o laudo anátomo-patológico. As variáveis clínicas foram obtidas através do prontuário e referiam-se ao momento da realização do procedimento. O tipo de zona de transformação (ZT) e de excisão foram classificados de acordo com a IFCPC 2011. Para análise estatística foram utilizados o teste de x2 ou exato de Fischer, e regressão logística com estimativa de Odds Ratio (OR). CAAE: 13034013.6.0000.5404.

RESULTADOS

Na amostra de 610 pacientes as margens endocervicais, ectocervicais ou ambas foram negativas em respectivamente 82.4%, 75.7% e 65.9%. Não foi observada diferença entre ter sido obtida margem negativa ou positiva em função da idade, início da atividade sexual, paridade, menopausa, tabagismo e uso de contraceptivo hormonal. As pacientes com ZT tipo II foram as que mais apresentaram ambas as margens negativas (73.1%, p=0.015) e as submetidas à excisão do tipo II tiveram uma maior proporção de margens endocervicais negativas (85.6 p=0.016). A análise controlada multivariada revelou que iniciar a atividade sexual aos 18 anos ou mais aumentou a chance da mulher apresentar margem endocervical negativa em 1.98 vezes (OR 1.98, 1.04-3.77). Ao comparar com a excisão do tipo I, ser submetida à excisão do tipo II aumentou a chance de margem endocervical negativa em 1.95 vezes (OR 1.18-3.21).

CONCLUSÕES

As margens endocervicais negativas foram mais frequentes nas pacientes submetidas à excisão do tipo II. O início da atividade sexual após os 18 anos e ter sido submetida à excisão do tipo II foram os únicos fatores que de forma independente aumentaram a chance de ser obtida margem endocervical negativa.

PALAVRA CHAVE

Lesão Intraepitelial de Alto Grau
Excisão da Zona de Transformação
Papillomavirus Humano
Câncer do Colo do Útero

Área

GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior

Autores

Camila C Mirandez, Larissa N Gertrudes, Carla F Carvalho, Natasha C Sanches, Giovana M Formigari, Mariana K Bonas, Diama B Vale

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