59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

MASTITE GRANULOMATOSA COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE C NCER DE MAMA: UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

A mastite granulomatosa (MG) é uma doença crônica, rara, benigna, inflamatória com alterações granulomatosas em torno dos lóbulos e ductos mamários. Sua etiologia ainda é desconhecida e atinge mulheres em idade fértil, com a média de 30 anos. Os achados em exames de imagem da mama são inespecíficos e o achado clínico mais frequente é a presença de massas firmes e irregulares. Sua apresentação clínica e exames radiológicos podem mimetizar lesões malignas da mama, sendo um importante diagnóstico diferencial. Visto isso, esse estudo objetiva relatar um caso de MG como diagnóstico diferencial de câncer de mama e revisar a literatura sobre o tema.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente feminina, 28 anos, multípara, procura o nosso serviço, após tratamento antibiótico prévio para mastite sem melhora dos sinais e sintomas. Refere mastalgia acíclica, possui mamas assimétricas, com presença de nódulos indolores, de contornos regulares de aproximadamente 2 cm na mama direita. Apresenta 2 pontos de flutuação e sinais flogísticos na mama esquerda. À ultrassonografia evidenciou 2 nódulos sólidos hipoecogênicos irregulares, bem limitados, em mama direita no quadrante súpero lateral (QSL), medindo 1,3x1,0x1,1 cm e 1,2x0,8x1,1cm; Coleção de limites imprecisos em quadrante ínfero lateral (QIL) de mama esquerda , com volume 27 cm3. Na mamografia apresentou assimetria focal no QSL da mama direita que coincide com nódulo mal definido ao ultrassom e assimetria focal na união dos quadrantes laterais de mama esquerda, associado à espessamento cutâneo difuso, coincidente com os achados de massa heterogênea ao ultrassom. Achados compatíveis com BIRADS- 4 nos exames radiológicos. À biópsia em mama direita revelou mastite crônica granulomatosa com focos de supuração, pesquisas para fungos negativa e BAAR negativas. Após realizado o diagnóstico de MG, foi iniciado terapia com corticóide 60 mg/dia e acompanhamento semanal.

COMENTÁRIOS

O diagnóstico assertivo e rápido da MG é importante para não retardar o tratamento de um câncer. Visto a inespecificidade dos exames de imagem seu diagnóstico é definido por biópsia com agulha grossa guiada por ultrassom em 94,4% dos pacientes, como relatado no caso acima. Apesar de não existir consenso sobre o melhor tratamento, a abordagem não invasiva com altas doses de corticoterapia e acompanhamento clínico têm apresentado bons resultados relatados.

PALAVRA CHAVE

CÂNCER DE MAMA; MASTITE GRANULOMATOSA; IDIOPÁTICA;

Área

GINECOLOGIA - Mastologia

Autores

Vitória Xausa Bosak, Ornella Minelli, Daniela de Arruda Falcão Setti

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