59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Tipo de excisão e da zona de transformação na obtenção de margens endocervicais negativas nas LIEAG

OBJETIVO

Avaliar a obtenção margens endocervicais negativas nas excisões da zona de transformação (EZT) de acordo com o tipo de zona de transformação (ZT), segundo a recomendação da Federação Internacional de Patologia Cervical e Colposcopia (IFCPC).

MÉTODOS

Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva com dados de pacientes com lesão intraepitelial de alto grau (LIEAG) atendidas no ambulatório de PTGI no CAISM/Unicamp, e que foram submetidas à EZT de janeiro de 2017 a julho de 2020. Os sujeitos foram as 734 pacientes que foram submetidas a EZT no período. Foram excluídas pacientes com suspeita de câncer micro ou invasor, procedimento excisional anterior, pacientes submetidas à excisão do tipo 3 e falta de dados registrados. O principal desfecho analisado foi o status da margem endocervical, se negativa ou positiva. Os testes utilizados foram x2 ou exato de Fisher, Mann-Whitney, e regressão logística. CAAE 13034013.6.0000.5404.

RESULTADOS

A amostra de 610 pacientes foi predominantemente de mulheres abaixo de 40 anos (80.5%). A ZT tipo I foi a mais frequente (62.5%). A excisão do tipo II foi a mais frequente: 54.1%, 67.2% e 82.1% nas ZT tipo 1, 2 e 3, respectivamente. Comparadas com as pacientes submetidas a excisão do tipo I, as submetidas a excisão do tipo II apresentaram menos frequentemente ZT do tipo 1 (74.2% vs 55.1%), e mais ZT do tipo 2 (18.6% vs. 24.1%) (p<0.001). Nas pacientes com ZT tipo I a margem endocervical negativa foi obtida em 76.0% das excisões do tipo I e 86.4% das excisões dos tipos II (p=0.009); nas pacientes com ZT tipo 2 em 86.4% das excisões do tipo I e 88.9% das excisões dos tipos II (p=0.672); e nas pacientes com ZT tipo 3em 76.5% das excisões do tipo I e 78.9% das excisões dos tipos II (p=0.672). A análise multivariada revelou um risco 2.1 vezes (1.2-3.7) maior de se obter margem endocervical negativa nas pacientes com ZT tipo 1 submetidas à excisão do tipo II. Para as pacientes com ZT tipo 2 e 3 nenhuma variável avaliada se mostrou preditora em aumentar a chance de ser obtida margem endocervical negativa.

CONCLUSÕES

Neste estudo a excisão do tipo II foi o tipo mais frequente, independentemente do tipo de ZT. A margem endocervical negativa foi obtida em 4 de cada 5 pacientes. Nenhuma variável clínica se mostrou preditora em aumentar a chance de ser obtida margem endocervical negativa, e apenas na ZT tipo 1 o tipo de excisão foi relevante.

PALAVRA CHAVE

Lesão Intraepitelial de Alto Grau
Excisão da Zona de Transformação
Zona de Transformação
Papillomavirus Humano
Câncer do Colo do Útero

Área

GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior

Autores

Larissa N Gertrudes, Camila C Mirandez, Carla F Carvalho, Hisa M Videira, Camila O Coelho, Iria R Novaes, Diama B Vale

Adicione na sua agenda: AppleGoogleOffice 365OutlookOutlook.comYahoo