59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Fatores de risco cardiovascular na insuficiência ovariana prematura em uso de terapia hormonal

OBJETIVO

Mulheres com insuficiência ovariana prematura (IOP) sem terapia hormonal (TH) têm maior risco cardiovascular (CV). Faltam evidências de que o tratamento com TH reduza esse risco. Objetivo: Avaliar parâmetros clínicos e metabólicos relacionados a risco CV em mulheres com IOP em uso de TH (grupo caso) comparativamente a mulheres com função ovariana preservada (grupo controle), pareadas por idade e índice de massa corpórea (IMC).

MÉTODOS

Estudo caso-controle com avaliação de comorbidades CV, perfil lipídico e glicêmico (colesterol total, LDL, HDL, VLDL, triglicérides e glicemia em jejum), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) em mulheres do grupo caso e controle, pareadas por idade e IMC. Amostra de conveniência com inclusão de mulheres com IOP atendidas no serviço em 12 meses, por ausência de estudos similares para cálculo amostral. Análise estatística utilizando teste qui-quadrado ou exato de Fisher (variáveis categóricas); t de Student ou Mann-Whitney (variáveis numéricas); McNemar (análise pareada para variáveis categóricas); teste t-pareado (comparação de variáveis quantitativas).

RESULTADOS

Incluídas 204 mulheres, 102 casos (IOP usando TH) e 102 controles. A média de idade e IMC das mulheres com IOP foi de 37.2±6.0 anos e 27.0±5.2 kg/m2, e dos controles 37.3±5.9 anos e 27.1±5.4 kg/m2, respectivamente (p=ns entre os grupos). A comorbidade mais prevalente foi a hipertensão arterial (12% no grupo IOP e 19% no grupo controle; p=ns), seguida da dislipidemia (6% no grupo IOP e 5% no grupo controle, p=ns). Também não houve diferença entre os grupos para PAS e PAD, glicemia em jejum, colesterol total, LDL, VLDL e triglicérides. Os níveis de HDL foram significativamente maiores no grupo de IOP (56.3±14.6 e 52±13.9mg/dL; p=0.03).

CONCLUSÕES

Mulheres com IOP em uso de TH apresentam níveis pressóricos, perfil lipídico, glicêmico e prevalência de hipertensão arterial e dislipidemia semelhantes à mulheres de mesma idade e IMC com função gonadal perservada, além de melhores níveis de HDL. Considerando que o hipoestrogenismo precoce, de acordo com a literatura, é fator de risco para doença CV precoce, nossos resultados sugerem que IOP tratada com TH podeser efetiva na redução do risco cardiovascular relacionado aos fatores avaliados, equiparando este risco ao de mulheres de mesma idade e IMC com função gonadal preservada.

PALAVRA CHAVE

Insuficiência ovariana prematura, doença cardiovascular, amenorreia secundária, terapia hormonal, fatores de risco cardiovascular.

Área

GINECOLOGIA - Endocrinologia Ginecológica

Autores

Gabriela Pravatta Rezende, Thamyse Fernanda de Sá Dassie, Daniela Angerame Yela, Cristina Laguna Benetti-Pinto

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