59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

COVID-19 COMO BARREIRA AO RASTREAMENTO CITOPATOLÓGICO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NO BRASIL

OBJETIVO

O presente estudo objetiva comparar dados acerca do número de exames citopatológicos de colo uterino (Papanicolau) realizados, objetivando relacioná-los com a pandemia de COVID-19 no Brasil e verificar possível diminuição no número de rastreios e diagnósticos de câncer de colo de útero nesse âmbito uma vez que tal cenário dificultou o acesso global a assistência à saúde. Ao considerar que o câncer de colo uterino é a quarta causa de morte segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva e que evolui de forma insidiosa, o rastreio através do exame citopatológico de colo uterino mostra-se como ferramenta fundamental a fim de garantir o bom prognóstico dos casos diagnosticados, comprovando a relevância do presente estudo.

MÉTODOS

Estudo descritivo e retrospectivo acerca do número de exames citopatológicos de colo de útero realizados para fins de rastreio do câncer de colo uterino em 2019 e 2020. Os dados foram coletados por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil – DATASUS, pela ferramenta TABNET. Por se tratar de um estudo com banco de dados público, não foi necessário aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

RESULTADOS

A partir da análise dos dados coletados, é notada redução significativa no número de exames citopatológicos realizados no ano de 2020 (3.706.481) comparado a 2019 (6.938.528), totalizando uma diminuição de 46,29%. Os resultados foram majoritariamente negativos em ambos os anos, sem grande diferença percentual (97,39% [2019] vs. 96,72% [2020]). Percentualmente, não houve grandes variações na prevalência dos diversos resultados possíveis a partir do Papanicolau, entretanto, em números absolutos, os diagnósticos caíram quase pela metade. Esse contexto de sub-diagnóstico torna-se preocupante, principalmente em casos avançados, pois podem se tornar fatais. Prova disso, é a queda expressiva de casos de adenocarcinoma invasor relatados (143 [2019] vs. 7 [2020]).

CONCLUSÕES

A evidenciada e significativa queda no número de exames de rastreamento de câncer de colo uterino, que, muito provavelmente deve-se à pandemia de COVID-19, impactará negativamente no cenário oncológico futuro. Esses pequenos atrasos no diagnóstico podem alterar significativamente o então bom prognóstico de casos que futuramente serão diagnosticados, limitando a expectativa de vida das pacientes, fato que possivelmente se comprovará em estudos futuros.

PALAVRA CHAVE

Exame citopatológico do colo uterino, rastreio, covid-19

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Adriana Buchner , Ana Laura Lodi, Bruna Zanatta de Freitas, Bárbara Diel Klein, Luciano Luiz Alt, Silvane Nene Portela

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