59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Tendência da mortalidade por câncer de mama em mulheres no estado do Rio de Janeiro, 2000-2018

OBJETIVO

Analisar a tendência da mortalidade por câncer de mama em mulheres residentes no estado do Rio de Janeiro (RJ), no período 2000-2018, segundo faixa etária.

MÉTODOS

Estudo descritivo de tendência temporal, utilizando dados de óbito do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os coeficientes de mortalidade para o período 2000-2018 foram calculados com base nesses dados e nas estimativas da população de mulheres, disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os coeficientes totais foram padronizados segundo a População Mundial da OMS. A análise de tendência foi realizada através do Joinpoint Regression Program.

RESULTADOS

Nos anos analisados, acumularam-se 33.687 óbitos por câncer de mama no estado do RJ, com um aumento de cerca de 75% no período (de 1.350 óbitos em 2000 para 2.367 em 2018). As taxas de mortalidade padronizadas variaram entre 17,3 óbitos por 100.000 mulheres em 2003 e 19,8 em 2018. A análise de tendência para o total de mulheres evidenciou um incremento anual de 1,5% (IC95% 0,6 – 2,4) entre 2011 e 2018. Houve tendência de aumento anual nos grupos de <30 anos (4; IC95% 2,8 – 5,3) e de 80 anos e mais (0,5; IC95% 0,1 – 0,8) no período 2000-2018. Os maiores incrementos anuais ocorreram nas faixas etárias 30-39 anos entre 2002 e 2007 (5,5; IC95% 1,8-9,3) e 2016 e 2018 (15,6; IC95% 1,6-31,5). Também houve aumento da mortalidade na faixa de 50-59 anos no período 2012-2018 (2,8; IC95% 0,7-4,9). Em nenhuma das faixas etárias ocorreu redução da mortalidade.

CONCLUSÕES

Detecção e tratamento precoces constituem importantes estratégias para o controle da mortalidade por câncer de mama. Apesar de investimentos em políticas públicas nessas estratégias, nossos resultados evidenciaram tendência de aumento da mortalidade no estado do RJ entre 2000 e 2018. Tais resultados sugerem gargalos no acesso tanto à mamografia, estratégia de detecção implementada desde 2004, quanto a um início de tratamento célere, aprovado pela Lei dos 60 dias de 2012. Estudo que aponte para possíveis desigualdades no acesso a tais estratégias pode indicar ações que ajudem a reverter as tendências atuais.

PALAVRA CHAVE

Palavras-chave: tendências; mortalidade; câncer de mama; estudo de séries temporais.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Luísa Teles Campos, Felipe Corrêa Massahud, Magali Werneck, Cynthia Pinto Boschi

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