59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Vasa prévia: quando o rastreio deve ser aplicado?

CONTEXTO

A vasa prévia representa uma situação incomum e com importante risco de vida para o feto. Refere-se a uma condição em que os vasos umbilicais, não suportados pelo cordão umbilical ou o tecido da placenta, atravessam as membranas fetais do segmento inferior próximo ao colo do útero. A inserção vilamentosa de cordão e presença de um lobo placentário succenturiado ou bilobada são os principais fatores de risco. A incidência da vasa previa é de 1 em 2500 gestações, com risco parcial ampliado de 1 em 250 em casos de FIV. Um sangramento fetal de apenas 100 mL é suficiente para causar morte.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

JOS, 27 anos, primigesta, 36 semanas e 3 dias, com diabetes gestacional não diagnosticado, dá entrada no Conjunto Hospitalar do Mandaqui (CHM) em 27/04/20 às 19:58h com queixa de sangramento vaginal em moderada quantidade desde o início do dia. Negava dor em baixo ventre ou alteração da movimentação fetal. À admissão, tônus uterino normal, batimentos cardíacos fetais presente e exame especular com pequena quantidade de sangue vermelho vivo coletado e sem sangramento ativo. Paciente possuía ultrassom obstétrico prévio de 22/04/2020 com descrição de placenta com inserção posterior. Realizado USG Obstetrico com doppler sendo visualizada placenta com inserção anterior com porção afilada margeando o orifício interno, destacando-se a presença de vasa prévia e fino lobo placentário acessório associada a sinais de dilatação de orifício cervical interno. Realizado para parto cesáreo de urgência com extração de recém nascido por via transplacentária, APGAR 7/8 e peso 2445g. Apresentou atonia uterina revertida com ocitócito e massagem manual. Evolui com puerpério fisiológico.

COMENTÁRIOS

O diagnóstico antenatal da vasa prévia nos fornece a oportunidade de traçar cuidados precoces e determinar a resolução obstétrica de forma segura. O rastreio é realizado através de uma combinação de usltrassom abdominal e transvaginal com Doppler para as pacientes que apresentem fator de risco. Idealmente deve ser realizado no segundo trimestre e diante da suspeita, confirmado no terceiro trimestre. Aproximadamente 20% dos casos de vasa prévia diagnosticados no segundo trimestre remitem antes do parto. Embora a hospitalização seja normalmente recomendada no terceiro trimestre, mulheres com medidas de comprimento cervical estável podem ser candidatas para tratamento ambulatorial. O momento ideal pára o parto cesárea parece estar próximo 35 semanas (variando entre 34 e 37 semanas).

PALAVRA CHAVE

Vasa Prévia, Ultrassom, gestação, sangramento

Área

OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral

Autores

Ana Elisa Resende Tavares, Wescule de Moraes Oliveira, Marcela Moraes de Oliveira Lopes, Anna Carolina Nunes Ferraz, Maria Aparecida dos Santos Traverzim, Roberto Lojelo

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